Ninfa Lunar

Lamúrias terrenas evocam o luar
Apenas para propagarem
O decrépito rito lunar
Assim então libertar
A Deusa oculta entre o céu e o mar

O arco de Artemis dispara
A flecha caçadora de almas
Puras e majestosas
Rente ao véu do escárnio
Para a ninfa então libertar

A lua de Vênus, em tua boca encontrará
Os astros dançam, em torno de teu olhar
Serena estrela que és à noite retornará
E aclamada será como a linda ninfa lunar

Danço a valsa hermética para estimular
As vibrações da luz, e assim
Levar-te-ei para o fundo do mar
Onde haverei de encontrar o berço
Da ninfa lunar.

Inquisidor

Se o fogo de minha alma pudesse se alastrar
De modo como o mundo pudesse queimar
Pessoas gritando e chorando, evocando o criador
E caírem pútridos ao chão em meio de medo e dor

Crianças chorando procurando seus pais
E suas pequenas cabeças cortadas num mundo sem paz
O sangue jorra alto e cria rios de dores
Enquanto os demônios riem em becos sem cores

Os juízes do apocalipse descem dos céus
E com suas tábuas comandam o tormento
Decretam “que suba o inferno !”

No final resta apenas a dor de um novo mundo
Limpo de desgraça e pobreza
Envolto em paz e nobreza.

Maiêutica perdida.

Observando a sociedade ao longo dos meus curtos anos, percebo que não houve avanço significativo em nosso âmago.Irão me dizer "oh, mas e os avanços tecnológicos, médicos e constitucionais ? ", realmente facilitou muito a interação e o trabalho humano, o respeito e qualidade de vida, porém o principal não foi alterado, ou melhor, trabalhado; a essência humana. Os homens não fazem mais tantas atrocidades porque são obrigados a isso, e consequentemente as ações e o modo de pensar são alterados. Muitas pessoas, principalmente os jovens, sofrem de um vazio, não buscam o sentido real da vida, não lutam por algo, não tentam se libertar de suas correntes e por este fato digo que não houve uma evolução na humanidade.Não sou hipócrita, eu aponto mas do que faço, como muitos espalhados por ai. Vamos mudar, vamos fazer, agir e pensar, principalmente argumentar, perguntar e contestar pois esse é o real sentido da vida, a maiêutica socrática.

A sociedade ideal é horizontal, e que busca o ápice vetical mútuo.










D.I.Y ;D

A vida de um ácrata.

A vida de um ácrata
Tão bela e utópica
Incompreensivelmente
É esperada.

Apenas por estarmos certos
Errados ao mesmo tempo
Pela nata podre do poder
Cego e porco.

Burro é aquele que vê
E não consegue ver
A hipocrisia gerada
No lombo de cada ser.

Existe uma pitada modernista em meu ser
Surreal e como um quadro de Monet
Tudo igual
Como a anarquia num mundo dual.

Mas quem se importa com os outros
Sendo que cheio está meu bolso
Matéria podre e sem valor
Fede como seu caráter inescrupuloso.

Democracia de merda
Choque é a palavra
Mas fezes são o que colhemos
Do alto do planalto.

Exalto minha indagação
E morro engasgado
Com minhas próprias palavras
Morro imperfeito pois o verbo foi sufocado.

E a vida de um ácrata
É levada mais uma vez
Pútrida e incompreendida
Nos montes belos da ganância e prazer.

Meu Saudosismo

Doce infância a qual tive,lindamente a recordo
Lembro-me muito bem quando corria livremente pelas ruas
Becos da inocência clamavam por mim

Paixões bobas e alegres;passageiras
Mas tão bem humoradas,como brincar de pegar
A beleza de apreciar o momento,belo momento,feito um quadro

Problemas nunca me atingiam,apenas vivia
Vivia pensando em crescer,amadurecer,mas continuar a ser livre
Mal sabia que minhas pequenas asas seriam cortadas tão brevemente

Aos poucos vi que o mundo não era tão belo o quanto pensava
Consegui enxergar a podridão que é o ser humano
Meus inocentes olhos não viam mais beleza e alegria,e sim um quadro gótico de sombras e tristeza.

Onde estaria aquele lindo quadro que sempre via em meus lindos dias de infância?
Pintá-lo era tão simples.Tão simples como decidir o que fazer num dia ensolarado,até mesmo num chuvoso
Agora mal sei o que fazer agora...Então escrevo

Vejo que morri
Renasci mais uma vez
A cada ano mudo,mas nunca mais me senti como antes

Nesse instante,apenas queria viver tudo outra vez
Morrer e sentir meu coração pulsando a bela luz da infância
Este enfim é meu doloroso saudosismo...


(Tudos isso que posto, é de minha autoria :D, e a música do Smashing Pumpkins, que ta no link abaixo, se harmoniza com o que eu escrevi; pelo menos na minha opinião.)

Liberdade, onde está ela ?

Às vezes percebo que vivemos num país altamente teórico. Estava eu dormindo nessa quinta-feira (tirando meu cochilo diário da tarde que se estende para noite), e minha mãe vem com uma notícia que mataram o vice-presidente do sindicato dos professores aqui da cidade e o presidente se encontra hospitalizado. Onde já se viu os mestres que transmitem a educação pública tratados desta maneira, apenas por estarem reivindicando algo que lhes é de direito.
Mas onde eu quero chegar não é em problemas municipais, e sim no tamanho em que priorizamos a teoria em nossa pátria. Vemos e ouvimos desde sempre que vivemos numa república, que é um país feito do povo para o povo e tal... Nas escolas e em qualquer instituição educacional iremos ouvir passagens sobre a busca de nossos direitos; porém não é assim que funciona. Ninguém realmente (salvos alguns poucos por centos) sai nas ruas e contesta algo, somos omissos (sim, sou mais um teórico hipócrita) e abaixamos a cabeça para qualquer situação onde os "poderosos" distorcem seus privilégios. Atualmente estou tendo a oportunidade de cursar uma faculdade de Direito, e vejo que muita coisa não é aplicada, infelizmente. Imaginem o número de pessoas preciosas teríamos se todos que possuem certo grau de instrução lutassem realmente pelo povo?
Por isso invejo muito os jacobinos, por mais que eu tenha passado por quase as mesmas escolas que eles, ainda não estou pronto para lutar em prol de minha pátria e meus direitos (um dia quem sabe eu cresça), e o povo se unir a este ideal, o ideal de justiça e igualdade e apenas desse jeito iremos evoluir a nossa "república" para um estágio perto da grande sociedade sonhada pelos grandes filósofos que admiro.

Vou jogar Breath of Fire III.


Beijos.

Anarquia

Quanto mais os grilhões
Apertarem nossos corações
Aprenderemos, sim aprenderemos
A lutar e argumentar.

Nada de armas, nada de sangue
Apenas palavras, apenas o verbo
Eis a arma do povo, a qual me exarcebo
Educação e união, "A" brandido e o capital no chão.

Chega de opressão e de omissão
A vossa missão é contestar
Não deixemos uma falsa religião reinar
A "religião" do lucro, mentira e ilusão.

Radicalismo e ignorância não nos salvaram
Paciência e cultura, sim, serão as armas
Para a grande revolução
Todos unidos e instruidos, livres numa grande nação.